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Queria confessar a vocês que gosto de sonhos. Às vezes até tento sonhar pelos outros, é um exercício gostoso no meio de um apneia social. Só não pode virar consequência de letargias.

Quando a fotografei pela primeira vez, tive contato não apenas com uma mulher repleta de perspectivas. Ela ancorava dúvidas no peito, resquícios de um passado que não conseguia esquecer. Suas cicatrizes a marcavam mais do que o sorriso. A fotografia era tão somente um alento de dias melhores, iluminados não só pelo som, mas embebecidos nas sombras.

Descobri que ela perdeu o timing para ser modelo. Já tinha mais de 40 anos. Sempre quis ser e poderia ter sido. Inteligente, altruísta, uma pessoa encantadora e com um vazio que não cabia em si. Ocupei aquele espaço com carícias, virei amigo, confidente, fui uma vírgula, interrogação e exclamação até que a vida pôs um ponto final.

Aprendi a calcular melhor meus passos com ela. Ela reaprendeu a amar. Todo mundo perde um pouco quando se desfazem os laços. Todo mundo ganha com a experiência, mesmo quando baseada em lágrimas. Uma mulher que merece o topo, onde as vozes de sua cabeça não as perturbem mais. 

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Comments

Igor

Que mulher linda!